Exposição
Instalação Negócios à parte de Rochelle Costi em parceria com Renato Firmino
“Negócios à parte” foi realizado para a exposição coletiva Avenida Paulista exibida no Masp entre fevereiro e julho de 2017.
Em uma pesquisa de cerca de 8 meses, percorri a Avenida Paulista, registrando a invisibilidade através dos personagens apartados do perfil corporativista da região e de pequenos acontecimentos fortuitos e efêmeros.
Renato Firmino, pintor, catador e morador de rua que naquele período tirava seu sustento circulando pela avenida, participa como fio condutor na narrativa do vídeo e faz parceria comigo na mostra, já que seu carrinho serviu de espaço para a projeção do vídeo.
Para o Festival Hercules Florence incluímos na sala elementos que trazem referências físicas do processo: algumas das pinturas que compunham o carrinho de Renato Firmino e uma banca improvisada de venda de gravatas e livros usados, adquirida na Avenida Paulista em dezembro de 2016. Também foram incorporados ao projeto retratos de alguns dos personagens que participaram do vídeo, como o próprio Renato Firmino, Erinaldo Cardoso Lima e Travileirinho, de quem foi adquirida a banca de livros e gravatas.
Instalação Negócios à parte
2016 / 2020
Vídeo | 9’54”
trilha sonora de Sara Não Tem Nome
Fotografias 110 x 165 cm
Pinturas de Renato Firmino
Livros e gravatas
ABERTURA | 22 de maio das 14h às 18h
VISITAÇÃO | 22/05 a 22/06/2021 aos sábados das 14h às 18h ou em outros dias por agendamento prévio pelo e-mail eventos@candido.org.br
LOCAL | Cândido Ferreira
R. Antônio Prado, 430
Distrito Sousas, Campinas, SP
CEP 13105-304
PROTOCOLOS SANITÁRIOS PRÉVIOS
• uso de máscaras obrigatório
• agendamento para dia e horário com nome e contato para rastreamento caso necessário
• máximo 15 pessoas por horário
ORIENTAÇÕES DO LOCAL
• manter máscaras enquanto estiver no local
• manter distanciamento social
• higienização dos calçados na entrada
• medição de temperatura
• higienização de mãos com álcool em gel 70% disponível no local
Os rituais, festas e as tradições culturais não têm mais espaço na “civilização” contemporânea. A cultura popular se afasta do cotidiano, criando mais um vazio existencial, ampliando a descrença.
O que costumamos chamar de folclore, hoje é visto como um termo pejorativo, usado para pessoas que tem um caráter individualizado, sinais de resistência ao liberalismo e a modelos sociopolíticos demolidores, se referindo a sinais de falta de sofisticação e refinamento. Um sujeito folclórico é bizarro, estranho, exótico, não pertence à nossa sociedade contemporânea voraz.
Estes personagens retratados por Rochelle Costi, não somente desfazem este desvio cultural, como mostram através da postura artística da autora dos trabalhos a importância da resistência do olhar e do fazer.
Ela se desarma de preconceitos para se deter no modo “ser” do outro, para estar atenta a seus mundos e processos de criação.
Nos apresenta nesta série o que não queremos ver em nossa modernidade líquida.
Reconhecemos assim seres humanos que apagamos em nosso dia a dia, por não saber o que fazer, diante de tamanha expressão de liberdade e felicidade.
Rosely Nakagawa
curadora
Como artista multimídia, Rochelle Costi trabalha com fotografia, vídeo e instalação. Sua concepção de fotografia traz referências à prática do colecionismo, o que se reflete diretamente em seu trabalho, geralmente organizado em séries.
Utiliza-se da observação do cotidiano como ponto de partida para muitos projetos. A percepção do espectador é ativada pelo estranhamento e /ou pela identificação com os elementos apresentados.
Ressignificar o improviso e a informalidade populares, potencializando a percepção das relações público / privadas através da pesquisa no contexto urbano se faz presente em toda sua trajetória como em Quartos – São Paulo (XXIIV Bienal de São Paulo,1998), Pratos típicos (Arte Cidade II, 1987), Dinâmica comum (Instituto Tomie Ohtake, 2005), entre outros.
Dentre as exposições individuais, destacam-se: Passatempo, Museu do Trabalho, Porto Alegre, 2018; Tombo:, Casa da Imagem / Museu da Cidade, São Paulo (2012/2018); Objeto encontrado, Centro Cultural São Paulo, São Paulo (2009); Uma Festa, Centro Universitário Maria Antônia, São Paulo (2007); Dinâmica comum, Instituto Tomie Ohtake (2005). Participação em III Beijing Photo Biennial, 2018 , 24a e 29a Bienal Internacional de São Paulo (1998 e 2010), 6a e 7a Bienal de La Habana (2000 e 2002), 2ª Bienal do Mercosul (1999), além das mostras Más Allá del Documento, no Centro de Arte Reina Sofia (Madri, 2000); Farsites: Urban Crisis and Domestic Symptoms in Recent Contemporary Art. Centro Cultural Tijuana, México; San Diego /Museum of Art, EUA; I Bienal del Fin del Mundo (Ushuaia, 2008); 1ª Trienal de Fotografia Masp/ Pirelli (2013); Memórias da Infância e Avenida Paulista, no Masp (2016 e 2017); 20a Bienal de Arte Paiz, na Guatemala (2016), entre outras. Artista premiada 6 º Prêmio CNI SESI SENAI Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, 2017.