fotofilmes
Mostra Histórica de Fotofilmes curadoria Érico Elias
Fotofilmes são filmes realizados inteiramente a partir de fotografias ou nos quais o fotográfico tem lugar de destaque. Fotografias transpostas ao cinema, cinema de animação de fotografias, imagem estática em movimento, são muitas as facetas dos fotofilmes. Trata-se de um tipo de produção “entre-imagens” que opera passagens entre a fotografia e o cinema, carregando em si características dos dois suportes criativos.
A mostra histórica de fotofilmes propõe reunir uma produção brasileira significativa nesse campo. Além desta, haverá outra mostra no dia 20 de março com filmes selecionados pela chamada pública.
Mostra histórica
Sessão 1
A João Guimarães Rosa (1969) – Marcello Tassara 12’15
Enquanto Chove (2003) – Alberto Bitar e Paulo Almeida 18’34
…Feito Poeira ao Vento… (2006) – Dirceu Maués 3’30
Aeroporto (2010) – Marcelo Pedroso 22’
Sessão 2
# (2010) – André Farkas e Arthur Gutilla 8’47
The City of Samba (2012) – Jarbas Agnelli e Keith Loutit 5’47
A Festa e os Cães (2015) – Leonardo Mouramateus 25’
Improvável Encontro (2017) – Lauro Escorel 24’
A João Guimarães Rosa
1969 | 35 mm | 14 minutos
Direção de arte e direção
Marcello G. Tassara
Argumento e roteiro
Marcello G. Tassara e Maureen Bisilliat
Fotografias
Maureen Bisilliat
Produção executiva
Lívio Norbert Spiegler e Rudá de Andrade
Coordenação
Roberto Santos
Produção
Escola de Comunicações e Artes da USP
Narração
Humberto Marçal
Montagem
Charles Fernand Mendes de Almeida
Música
Chico de Moraes
Câmera
Reinaldo Barbirato
Sinopse
Homenagem a Guimarães Rosa, através da recriação do clima de sua obra literária por meio da animação de imagens do acervo fotográfico de Maureen Bisiliat que mostram cenas do sertão brasileiro, inspirado no imaginário da obra de João Guimarães Rosa. O roteiro dessa viagem fotográfica de Maureen foi indicado pelo próprio escritor, a partir de suas anotações sobre o sertão. Trechos de textos extraídos da obra “Grande sertão: veredas” de Guimarães Rosa acompanham a narrativa.
Enquanto Chove
2003 | 18’34
Ficha Técnica
Suicida – Paulo Pretz
Marcilene – Pékora Cereja
Seu Pereira (Velho) – Roberto Menezes
Neuza – Lorena Mesquita
Paula – Paula Sampaio
Mário – Adriano Barroso
Salustiano – Ailson Braga
Pericá – Alessandro Gonçalves
Levi (Pianista) – Paulo José Campos de Melo
Nara – Flavya Mutran
Garoto – Eduard Rettelbusch Filho
Monaliza – Fabrícia Negreiros
Marido – Wellington Sousa
Criança – Rosa Maria Bitar
Cássio – Jeferson Cecim
Padre Jesus – Abdias Pinheiro
Janete – Silvana Saldanha
Inspirado no livro
“Enquanto Chove” de Ailson Braga
Direção, Roteiro, Fotografia e Edição
Alberto Bitar e Paulo Almeida
Designer de Som
Leo Bitar
Produção
Maria Christina
Pékora Cereja
Sinopse
Enquanto Chove é um curta de animação fotográfica de aproximadamente 19 minutos, com 12 histórias que focalizam o cotidiano, que se interligam pela chuva e por acontecimentos fortuitos. Inspirado em livro homonimo, as histórias são marcadas pela sensualidade, pela a solidão e pela busca do amor. Música e imagens se fundem para criar uma atmosfera de caos e poesia. Realizado em Belém, pelos fotógrafos paraenses Alberto Bitar e Paulo Almeida, com atores e técnicos locais, “Enquanto Chove” é um trabalho de fôlego.
Ailson Braga, Autor do livro “Enquanto Chove”
Aeroporto
2010 | 22 minutos
Roteiro e direção
Marcelo Pedroso
Montagem
André Antonio
Fotografia
Cia de Foto
Som
Rafael Cabral
Sinopse
Estarei partindo logo. É tão estranho pensar que este tempo está acabando, as pessoas que conheci aqui parecem quase velhos amigos agora. Provavelmente, nunca mais vou vê-las. A Austrália é tão longe do resto do mundo…
#
2010 | Brasil | 48 seg | Cor | Stop Motion
Direção
André Farkas e Arthur Guttilla
Produção
Sara Silveira
Sinopse
Com o cair da noite, emerge na grande cidade um personagem misterioso. Ele se expressa incansavelmente por meio de grafites feitos de luz. Sua jornada é subitamente interrompida por um desafio.
The City of Samba
2012 | 5’47
Criação, produção, fotografia, edição e finalização
Keith Loutit e Jarbas Agnelli
Trilha sonora
Jarbas Agnelli
Capturado no carnaval de 2011, no Rio de Janeiro
Lançado em 2012
Sinopse
Encontrei Keith Loutit nos bastidores do Youtube Play Guggenheim, festival onde ambos fomos vencedores. Keith com Bathtub IV e eu com Birds on the Wires. O fotógrafo australiano, de quem eu já era fã, me convidou produzir a quatro mãos um curta sobre o carnaval do Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2011 nos encontramos em Copacabana para uma aventura de 6 dias e 168 mil fotografias. Usamos a técnica em que Keith é mestre, o tilt-shift. A captação de time-lapses com lentes especiais, que enganam o cérebro, através de foco seletivo, a pensar que está diante de uma miniatura. Durante um ano inteiro, editamos remotamente, trocando ideias e arquivos entre Brasil e Cingapura. No carnaval de 2012, lançamos o curta, que é dividido em duas partes: o Rio durante o dia, com sua beleza natural cheia de poesia e romantismo, e o Rio da Sapucaí à noite, uma festa de energia e movimento. Compus a trilha sonora tentando reproduzir com sons a transformação de realidade conseguida pelas lentes de Keith. Por conta do sucesso da peça, fui convidado para palestrar no TEDxRio+20 e contar a experiência da produção. No final da palestra, uma pequena orquestra executou a trilha no palco, em sincronia com o video, algo que eu já havia feito em no TEDxSP com Birds on the Wires, e iria repetir em muitas outras apresentações no Brasil, Argentina e Polônia.
A festa e os cães
The party and the barking
Brasil | 2015 | HD | 25’| Documentário | Cor
Brazil | 2015 | HD | 25’| Documentary | Color
Assista ao trailer
Roteiro e direção / Writer and Director
Leonardo Mouramateus
Elenco / Cast
Geane Albuquerque, Clara Monteiro, Kevin Balieiro, Júnior Morais e Leonardo Mouramateus
Produção / Production
Leonardo Mouramateus, Ticiana Augusto Lima, Clara Bastos
Fotografia / Cinematography
Juliane Peixoto
Direção de Arte / Production Design
Dayse Barreto, Leonardo Mouramateus
Montagem / Editor
Luciana Vieira, Leonardo Mouramateus
Som / Sound Design
Pedro Diógenes, Érico Paiva
Vendas / Sales
Praia à Noite, Tardo Filmes
Sinopse
Um narrador rememora as fotografias tira- das durante seus últimos meses em Fortaleza. Lentamente, vozes diferentes entram na narrativa, acrescentando novas perspectivas às pessoas e lugares que as fotografias retratam. Um filme que borra as fronteiras entre realidade e memória, documentário e ficção. [IFFR 2020]
Synopsis
A voice-over reminisces about photographs taken during his last few months of living in Fortaleza. Slowly, different voices enter the narrative, adding new perspectives to the people and places that the photographs depict. A film that blurs the boundaries be- tween reality and memory, and documentary and fiction. [IFFR 2020]
Improvável Encontro
2017 | 24’
Improvável encontro foi totalmente realizado sobre fotografias de José Medeiros e Thomaz Farkas. Narra suas trajetórias, seu encontro, o desenrolar da sua amizade e as influências recíprocas. Através de diálogo entre suas imagens, o documentário nos mostra a contribuição que os jovens José Medeiros e Thomaz Farkas deram para a consolidação da moderna fotografia brasileira, inaugurada nas décadas de 1940/50. As fotografias de Medeiros e Farkas daquele período, contribuíram de forma significativa, para o estabelecimento de uma nova representação visual do país. O filme mostra como a ideia de mostrar o Brasil aos Brasileiros, já se encontrava presente, na obra fotográfica dos futuros cineastas.
Lauro Escorel é um dos mais conceituados diretores de fotografia brasileiros. Como cineasta, dirigiu o longa-metragem Sonho sem Fim (1985) , Prêmio especial do Júri de Gramado, além de curtas e documentários como Libertários(1977), Prêmio Margarida de Prata da CNBB. Como diretor de fotografia trabalhou com alguns dos mais importantes diretores do cinema brasileiro, entre eles, Leon Hirszman, Hector Babenco, Carlos Diegues, Fernando Meireles, Miguel Faria, Hugo Carvana, Arnaldo Jabor, Suzana Amaral, etc. Participou como consultor técnico dos projetos de restauro desenvolvidos pela Cinemateca Brasileira e foi um dos curadores do projeto de restauro da obra integral de Leon Hirszman. É membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (AMPAS) e foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC), tendo exercido a sua presidência por dois períodos.
Improvável Encontro é resultado de uma conversa com José Carlos Avellar e do meu desejo de retomar a fotografia estática como ponto de partida para a construção de uma narrativa de caráter documental. O filme nasce da pesquisa que realizei nos acervos fotográficos de José Medeiros e Thomaz Farkas, atualmente sob a guarda do IMS ( Instituto Moreira Salles) , e de ter indo descobrindo nas suas imagens indícios da aproximação e do entrelaçamento que existiam nas trajetórias destes dois grandes fotógrafos. Como pano de fundo a descoberta de um Brasil pouco conhecido até então, e a vontade comum de mostrar esse Brasil aos Brasileiros. Como representantes das duas principais escolas da moderna fotografia brasileira, o foto clubismo e o fotojornalismo, Farkas e Medeiros conseguiram estabelecer um dialogo entre si e com o país que resultou em importante contribuição para o desenho de uma identidade visual do Brasil. Este encontro se deu ao longo das décadas de 1940/50, décadas que foram marcadas pela aceleração do nosso processo de modernização e que atingiu o seu ápice com a inauguração de Brasília em 21 de abril de 1960 quando a nova capital encontrou as lentes de Medeiros e Farkas apontadas para si.
